Crise Venezuelana


Atualmente, a Venezuela é um dos países com mais problemas económicos, sociais e políticos, com um alto nível de inflação, e com Caracas, a capital, tida como uma das mais violentas cidades do mundo. A Venezuela chegou ao extremo de certos produtos de higiene serem vendidos apenas no mercado negro, isto num país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Chegou a ser um dos países mais ricos e poderosos da América do Sul, mas hoje em dia o seu povo morre de fome e sem grandes condições infelizmente.

Tudo começou com Hugo Chavez, que governou a Venezuela durante 14 anos entre 1999 e 2013. A sua campanha baseou-se basicamente em promessas de igualdade e redução da pobreza e no socialismo. Uma das suas primeiras políticas foi a democratização de empregos, com o objetivo de diminuir o desemprego e ser implementada na PDVSA, uma empresa que se dedica à exploração de petróleo, e considerada a maior companhia de petróleo da América Latina. Mas, a Venezuela continuou a produzir o mesmo número de barris de petróleo por ano que anteriormente, o que significa que esta medida se deveu apenas a razões políticas.

Durante o governo de Hugo Chavez os gastos públicos triplicaram, o que levou a que fosse necessário um aumento da infraestrutura governamental inclusive trabalhadores no setor publico e um maior número de programas sociais, o que não era um problema, porque as exportações de petróleo davam para pagar as dividas. A pobreza chegou mesmo a descer bastante e nenhum país do mundo recusava o petróleo da Venezuela. Outra política conhecida de Hugo Chavez foi a “expropriação”, o que significa tirar algo a alguém, pagando-lhe um determinado preço, uma vez que Hugo Chavez era a favor que tudo fosse nacionalizado, e ordenava isso mesmo às autoridades locais de cada cidade. A economia tornou-se totalmente dependente de petróleo e desde que o preço do petróleo fosse mais alto que o custo de produção a Venezuela tinha a sua economia assegurada.

Mas foi precisamente aqui que a situação se começou a reverter. Após a morte de Hugo Chavez, 2014 foi marcado por uma descida nos preços do petróleo, e a Venezuela foi um dos primeiros países a sentir o efeito desta quebra. Nicolas Maduro sucedeu a Hugo Chavez e viu-se perante um país que não estava a fazer dinheiro suficiente da sua principal fonte de rendimento e com salários para pagar, assim como perante um país sem negócios privados. Mesmo que decidisse aumentar os impostos ninguém os poderia pagar e isto levou a que Nicolas Maduro tomasse uma decisão não muito bem pensada, que foi imprimir mais dinheiro.

A inflação tomou proporções incríveis e os produtos tornaram-se altamente caros e impagáveis, e levou à destruição de todas as políticas elaboradas por Hugo Chavez para acabar com a pobreza. A moeda estava muito desvalorizada em relação a outras, o que levou a que muitos produtos passassem a ser vendidos no mercado negro. O petróleo ficou tão caro que até a própria Venezuela começou a preferir comprar petróleo estrangeiro do que produzir. A situação tornou-se insustentável, levando a uma crescente violência e pobreza.

A questão que fica é se será que algum dia a Venezuela conseguirá recuperar da crise e é uma das questões que mais aguarda resposta neste momento. Há aqui uma certa ironia, porque o petróleo, era o que fazia a Venezuela um dos países mais ricos e a falta de diversidade económica  e dependência petrolífera,  levaram ao seu estrago.

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