Marriage Story
O filme
“Marriage Story”, protagonizado por Scarlet Johansson e Adam Driver, foi um dos
mais promissores de 2019. Já o vi há alguns meses e decidi escrever sobre ele
hoje. Dirigido por Noah Baumbach, a narrativa vai acompanhando o divórcio de um
casal (Nicole e Charlie) com um filho (Henry), e os sentimentos que esse
acontecimento provoca em cada um. O filme foi indicado a seis Óscares (Melhor
Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Atriz Secundária, Melhor Roteiro Original
e Melhor Trilha Sonora Original), sendo que a vencedora foi Laura Dern, com o
Óscar de Melhor Atriz Secundária. O que mais me marcou neste filme é que apesar
da separação de todo o rancor que existia entre o casal, existia ainda assim empatia
e cuidado entre um e outro.
O filme
começa com cada um dos membros do casal a descrever o que gosta mais um no
outro e à medida que se vai aproximando do final, vai-se notando mais a preocupação
dos personagens com o bem-estar um do outro, apesar do fim do casamento. Até
porque o facto de Nicole e Charlie terem um filho em comum, os transforma para
sempre numa família. É uma história que tem muitas similaridades com a
realidade e com que é fácil conseguir a identificação de um público. A presença
dos advogados ao longo do filme faz com que por vezes as duas personagens
principais se vão envolvendo em discussões. As palavras de ambos acabam
exageradas e distorcidas em tribunal de maneira a que seja muito difícil chegar
a um acordo tranquilo sobre a guarda do filho Henry.
Outro
aspeto que achei interessante, é o facto de o filme ser tão subjetivo. O ponto
de vista de cada um dos membros do casal é debatido e analisado. O público
consegue sentir empatia com ambos e compreender os dois lados da questão. E pode
perceber-se que os membros do casal têm sentimentos e mágoas semelhantes. Só
não conseguem chegar a um acordo sobre esses mesmo sentimentos. E isso acontece
bastante na atualidade e nem sempre é possível analisar todas as perspetivas. Na
maioria das vezes por falta de comunicação. Essa falta de comunicação leva a
que algumas situações tomem proporções gigantescas, ainda que ambas as partes
tenham boas intenções. O que mostra que ninguém está errado, mas também não
quer dizer que esteja certo. São apenas perspetivas.
Não
sendo o objetivo deste texto dar ‘spoilers’ ou fazer uma critica cinematográfica,
a minha recomendação é apenas a visualização do mesmo. Porque é um alerta para a,
por vezes fraca, interação entre humanos. Ou o pensar que o outro está sempre
errado sem analisar esse mesmo ponto de vista. O filme é muito mais que isto,
mas esta foi a ideia principal com que fiquei.
Frase: “I fel in love with him two seconds after
I saw him. And I’ll never stop loving him, even though it doesn’t make sense anymore”
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