O "politicamente correto"
Afinal o que é ser politicamente correto? Será que é ser imparcial? É não ter opiniões, para não desiludir ninguém? Devo confessar que eu própria, apesar de me tentar manter sempre fiel aos meus princípios, por vezes não resisto a ser politicamente correta. Ou por não me sentir à vontade para tomar uma posição ou às vezes por temer consequências. Acho que o receio de ser mal interpretado se vai perdendo com o tempo, mas eu ainda não cheguei a esse ponto. Ainda assim, o politicamente correto, é muitas vezes associado a ideias pré-concebidas e que devem ser seguidas por ser a norma.
Com o ‘boom’ das redes sociais toda a
gente parece ter uma opinião fundamentalista sobre tudo e às vezes parece que
se essa opinião não for seguida então está tudo errado. Tomo aqui como exemplo
um caso muito simples: o ser mais sustentável. É óbvio que eu quero ser mais
sustentável e tento informar-me para ser melhor nisso, mas ao mesmo tempo quero
ser consciente do que estou a fazer, não o quero fazer só porque alguém disse.
Tal como a alimentação saudável o exercício físico. Mas nada disto funciona se
for forçado, a meu ver. Inspiro-me muitas vezes em casos que vejo nas redes
sociais, mas cada vez mais quero que seja a minha consciência a ditar o que é
ou não bom para mim, e o que é que eu consigo ou não fazer.
Depois da vinda da pandemia e de todos
as coisas de que tive que abdicar, não quero abdicar do meu discernimento. Não
quero deixar de pensar. E hoje em dia é tão fácil deixar de pensar e seguir o
caminho mais fácil. Acho que a consciência parte de um processo de reinvenção.
De saber gerir expetativas. O que eu quero dizer é que não tem mal nenhum
seguir ideias “politicamente corretas”, mas é importante questionar: porque é
que eu estou a fazer isto? Será que é mesmo bom para mim?
Porque as mudanças são graduais, e para
mudar, eu tenho que sentir essa vontade. Sentir é uma tarefa tão necessária
como respirar e beber água. Mas às vezes pode ser assustador e trabalhoso ir à
procura de respostas ideais. Mas é o que nos impede de cair num emaranhado
gigante de opiniões, sendo que nenhuma delas é a nossa. Ter consciência é a meu
ver o que nos torna humanos e o que nos dá alma.
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