Justiça

 

Vamos falar de justiça. Segundo o dicionário da Porto Editora, a palavra justiça, tem várias definições, das quais destaco:

1) “princípio ou virtude moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa e pela atribuição do que é devido a cada um”;

2) "condição do que é equitativo ou moralmente correto";

3) “poder de aplicar as leis; poder judicial”;

4)  “alegoria que representa a imparcialidade da aplicação do direito, constituída por uma mulher de olhos vendados com uma balança numa mão e uma espada na outra”;

5)  “imparcialidade; isenção”

6)  “capacidade de julgar e agir de forma apropriada às circunstâncias, sem favorecimento ou discriminação”

Em relação aos primeiros dois pontos, à partida penso que todos teremos bem presentes estes conceitos. Aliás, são-nos ensinados logo em crianças, na escola e pelos pais. Os tribunais são aparentemente responsáveis por colocar em prática estes valores. Mas é só aparentemente, infelizmente. O que se passou no passado dia 09 de abril, em relação à Operação Marquês, deixa em aberto todas as fragilidades, que já estavam bem à vista em relação à justiça portuguesa. Em primeiro lugar que a mesma não é imparcial como seria de esperar. Que contorna de uma maneira que nos deixa a todos boquiabertos, tudo o que até então acreditávamos ser o correto, e é aí que a justiça dá lugar à injustiça, perante a indignação de um povo.

Eu não quero um país que se deixa arrastar constantemente pelas ruas da amargura. Não quero uma justiça, que vá contra todos os seus valores, para benefício próprio de uma minoria criminosa, que no fim se ri de todos nós, ingénuos, que ainda acreditam que a palavra justiça tem algum valor. Que país é este em que Portugal se tornou? O país do “deixa andar”, porque eventualmente tudo cai no esquecimento.

Mas a verdade ninguém se esquece. O sofrimento não se esquece, os insultos constantes à democracia não se esquecem, mas infelizmente a corrupção sem fim continua. Porque agora, contra tudo o que nos fizeram acreditar, o normal é o vilão sair impune. Tenho esperança de que o povo português, tenha força para lutar contra todo este mal, que se encontra já tão enraizado e que cheguemos por fim a bom porto.

 

 

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