"Calma, tens que ter sangue frio"
Será
assim tão importante ter sangue-frio em todas as situações? Esta pergunta vem a
propósito de um dos episódios de um dos meus podcasts preferidos, “Porque Sim Não
É Resposta”, da Rádio Observador. É apresentado por Ana Filipa Rosa e Ricardo Conceição,
e conta com a presença do psicólogo Eduardo Sá. O episódio em questão tem como
título “Sangue quente? Sim, é aconselhável”, e são discutidas as vantagens de
ter o sangue a “ferver”.
Ter sangue-frio
significa ter controlo e autodomínio, perante situações em que é fácil perder o
controlo das emoções, o que muitas vezes se torna num grande desafio. Ainda
assim quando nos controlamos menos acabamos por ser mais verdadeiros e por
estar mais de acordo com a nossa verdadeira essência. Posto isto, o que é que
será mais benéfico: seguir a razão ou a intuição? Há quem diga que controlar
demasiado as nossas emoções, acaba por se assemelhar ao encher contínuo de um copo
que ao fim de algum tempo acaba por transbordar. Ora, o mesmo acontece com as
nossas emoções.
A
comunicação ocupa então uma importância extrema, a comunicação contínua
principalmente. Para mim, o maior sinal de respeito que se pode ter para com o
outro é precisamente ser honesta em todas as situações, não ir encobrindo. Se
assim não for as consequências a longo prazo poderão ser verdadeiramente
caóticas, e isso não é desejável para ninguém. Com isto não pretendo de nenhuma
maneira dizer que se deve ser frontal a qualquer custo, e frise-se bem que ser
honesto é muito diferente de ser cruel.
Ter
sangue quente significa simplesmente ser mais transparente para connosco e para
com os outros. Ser frontal com sangue-frio, como diz Eduardo Sá e muito bem, é simplesmente
magoar o outro de maneira calculada e cruel. Ser honesto não significa em momento
algum falta de empatia para com o outro, uma vez que essa honestidade não deve
prescindir nunca da boa-educação.
E o sangue morno?
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